Foi o dia em que me sentei no quarto para conhecer Cabo Verde pela internet. Dediquei horas a pesquisar, a ligar para diversas entidades e a confirmar os locais de que iria precisar para a minha pesquisa. Enfim, preparava o meu trabalho naquelas terras tão distantes quanto incríveis.
Só saí do quarto para fazer o pequeno-almoço e logo voltei às pesquisas. Já tinha quase 60% de certeza dos sítios onde gostaria de passear, aventurar-me e trabalhar, juntar o útil ao agradável.
Das poucas vezes em que saía, encontrava a senhora atendente do hotel, que tentava puxar conversa. Fazia-lhe algumas perguntas vê ela respondia-me com boa vontade, mas não nos entendíamos tão bem. Ainda assim, dessas pequenas trocas consegui perceber detalhes práticos, como o tipo de transporte e outras orientações úteis.
Com pouca experiência nos primeiros dias, andava sempre de táxi, por acaso, muito barato, 150 ECV, que seriam cerca de 100 meticais por aí. Ainda acho que, para o cabo-verdiano, o táxi não é um luxo como pode ser em Moçambique; é quase um meio de transporte comum.
Como bom católico, sabia que precisava de me encontrar com o meu Deus. Pesquisei no Google Maps e encontrei uma comunidade e um salão paroquial muito próximos do hotel onde estava hospedado. Fui conhecer o local. Comecei pela comunidade, encontrei-me com um jovem que só falava crioulo e não soube dizer-me o horário das missas. No Salão, o portão estava trancado. Tinha descoberto o tesouro, mas ainda não sabia como o explorar. Voltei para casa com a certeza de que, de uma forma ou de outra, acabaria por descobrir. Afinal, o país é mais católico que cristão.


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