Kaylane, escrevo-te porque a solidão tem tomado conta de mim. Já não aguento mais ficar longe de ti.
Eu prometi que só vou trabalhar por uns três meses para vir te casar, mas cá doutro lado o gueime é mais agressivo do que eu imaginava.
Eu não sei como tens passado. Não sei se continuas me esperando. E isso tem me desgastado emocionalmente. Porque eu te amo e queria que tivesses a mesma certeza que eu tenho. Mas não posso obrigar-te a me amar.
A saudade aumentou há dias, tentei várias vezes ligar-te, não estavas estavas em linha. Liguei para o vizinho para ver se me conecta a ti, mas bateu a porta em vão. Ninguém abre. Ele tentou me acalmar que podes estar a dormir porque passas os teu dias no quarto. Imagino que não tem sido fácil para ti.
Mas eu continuo preocupado porque não sei se estás bem ou não ou se está com outro. Já tínhamos conversado sobre isso. Sabes que me dói. Mas insistes em te calar, em vez de conversar comigo quando não estás bem. Cá entre nós… por que te afastas quando estou aqui, pronto para te ouvir? Lembras do nosso combinado dos 7 minutos? Era para momentos como estes.
Tentei ficar sem te mandar mensagem, para ver se reagias. Mas nada. Antes que tudo se estragasse, fui eu quem te procurou. Na verdade, sou sempre eu. Pedi desculpas pelo que disse mesmo sabendo que era o que eu sentia. Mas não queria te magoar. Tenho dificuldades em escolher palavras suaves. Às vezes, o que digo sai mais duro do que o que sinto.
Desde então, tenho te mandado “bom dia”, podes confirmar. Às vezes até demoro, só para ver se reages. Mas continuas em silêncio. Kayle, onde falhei?
Disseste que me esperarias só se passam dois meses, eu continuo lutando embora a cada dia o universo só me dá “nãos”
Sempre te mostrei minha disponibilidade, meu interesse e o Meu amor. Quando digo que te amo, não é por hábito é porque sinto. E porque quero que saibas que estou contigo. Tenho dificuldades em mostrar o que sinto. Perdoa-me se não consigo demonstrar sempre. Mas acredita, estou a esforçar-me.
Gostava de terminar a carta com umas perguntas, mas acho que é inútil se nem sequer sei como estás a nem sei se ainda me esperas.
Atenciosamente,
Nataniel.


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